Um amigo escreve no Facebook, diante da manchete de hoje da Folha, que “esses monstros passam dia e noite inventando artimanhas para desgraçar o povo”.
Não é o caso, evidentemente, de entrar nas questões técnicas de avaliação do preço pago pelos medicamentos distribuídos pelo programa “Farmácia Popular”: nem os laboratórios são santos, nem os custos envolvidos – distribuição e comercialização – são zero.
Isso deve ser, claro, objeto de negociação e até de troca de fornecedores.
O caso é que o “Farmácia Popular” tornou-se uma realidade prática na vida de pessoas que dependem de medicação de uso continuado.
Eu mesmo, por não ser caro pagar R$ 15 por mês pela metmorfina que os diabéticos para mim, prefiro deixar que o medicamento subsidiado sirva a quem precisa mais, mas é provável que tivesse falhas em sua continuidade se dependesse de ir a um posto do SUS a cada vez que tivesse de renovar a medicação.
Mas eu, como pago, posso comprar em qualquer esquina; sem o “Aqui tem Farmácia Popular”
(A menos que usasse a tal água de quiabo, irresponsavelmente propagandeada no Caldeirão do Huck e que, se mal não faz em si, leva gente a deixar a medicação de eficácia comprovada para adotar práticas que, como alerta a Sociedade Brasileira de Diabetes, não tem, embora possa estar cheia de boas intenções)
Quem depende do remédio fornecido, porém, tem de ir ao posto de saúde – nem sempre próximo de casa – , enfrentar fila e ficar sujeito “tá em falta”, “já pedimos, mas ainda não chegou”, “o senhor volta quinta-feira, porque está para chegar”.
Já basta terem eliminado, como mostra a reportagem, em quase 20% o número de estabelecimentos credenciados, acabar com eles não é “ideia de jerico”.
É maldade, mesmo.
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