O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articulou competentemente a unidade da oposição formada por 11 partidos para a disputa da Casa, em fevereiro, em torno da pauta de costumes. Sim, ele juntou “gregos e baianos” com a simples promessa de garantir direitos liberais ameaçados pelo governo de Jair Bolsonaro.
As conquistas civilizatórias que uniram agremiações tão díspares são desde a obrigatoriedade da vacina, escola plural e democrática, rechaço ao negacismo e ao terraplanismo, criminalização do anticomunismo e do racismo, da misoginia, a defesa dos serviços públicos essenciais (saúde e educação) e das instituições democráticas (STF, Congresso, etc.).
O que não une oposição e Maia, ou seja os liberais e a esquerda, são os aspectos econômicos. Os liberais ainda continuam sendo “Paulo Guedes”, o ministro da Economia, portanto mais pró-bancos em detrimento dos interesses da sociedade brasileiras.
O ex-ministro José Dirceu, numa live na noite desta sexta-feira (18), disse que é uma “Escolha de Sofia” que a oposição está fazendo na disputa pela Câmara. Segundo ele, os liberais irão continuar defendendo Guedes e os bancos e, muito provavelmente, terão um candidato competitivo de centro-direita em 2022, porém, frisou o petista, essa aliança é fundamental para derrotar o bolsonarismo e o autoritarismo no País.
A união dos liberais de centro-direita com a oposição de centro-esquerda nessa curta caminhada, que dura até 1º de fevereiro, tem como objetivo fulminar a reeleição e Jair Bolsonaro em 2022 –embora os atores não admitam isso prematuramente.
“Contra o autoritarismo e pela independência do Parlamento o PT e oposição se uniram ao bloco contrário a Bolsonaro para eleição da mesa da Câmara. Apresentaremos um programa e um candidato da oposição para a presidência da Casa”, justificou a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), durante um rápido pronunciamento na Câmara.
Segundo Dirceu, o presidente Jair Bolsonaro “bateu no teto” e não vencerá o segundo turno na eleição de 2022. “Uma candidatura de centro-direita tem potencial de ir para o segundo turno”, avaliou. “O Bolsonaro terá no máximo entre 35 e 40%”, completou.
Para a centro-esquerda e a centro-direita, unidas na pauta de costume, Bolsonaro é reprovado em todas as áreas do governo e isso será fatal nas eleições de 2022.
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