Por Eugênia Lima*
Antes de começar a pontuar algumas causas que levaram ao recorde de mortes devido às chuvas, milhares de desabrigados e enorme prejuízo patrimonial ao povo trabalhador, é bom lembrar que a água nunca foi um problema. Água é vida. É com a água que cultivamos nossas lavouras e garantimos nosso alimento. É com a água que fazemos a higiene pessoal e asseguramos melhores condições de saúde. É com a água que limpamos as nossas casas e saciamos a nossa sede. Porém, nos últimos dias, foi com a água da chuva que vimos alagamentos, deslizamentos de barreiras com mortes e imensuráveis danos materiais e pessoais.
A chuva, comum neste período do ano, não é a causa dos problemas que estamos vivenciando nos últimos dias. O que estamos passando é consequência da falta de investimento público em infraestrutura hídrica, falta de planejamento urbano e política habitacional que atenuem os impactos das chuvas. Falta priorizar a vida das pessoas que moram em áreas que, historicamente, não têm acesso a saneamento básico, entre outros serviços básicos. Hoje, essas pessoas não têm nem um programa concreto que evite o deslizamento de barreiras e enchentes em áreas ribeirinhas. O povo trabalhador é empurrado para áreas de risco e forçado viver em situação de extrema precariedade. A tragédia não foi obra do acaso, foi consequência de uma cidade pensada para poucos. Sem ordenação urbana e vulnerável à especulação imobiliária predatória.
São más administrações municipais há anos, que não colocam o povo no centro do orçamento e não constroem uma política rigorosa de proteção da vida.
Postado por Madalena França
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