Interação de novelas com programas tem aumentado

10/05/2015 19:29

Especialista avalia a mistura, na qual personagens gravam cenas de novelas em programas da casa

Fátima Bernardes recebeu no 'Encontro' a personagem Teresa, de 'Babilônia' / Reprodução/TVGlobo

Por: Camila Juliotti
camilaj@diariosp.com.br

Quem acompanha as novelas já deve ter reparado que os personagens têm invadido a programação das emissoras. Ou seriam os programas que têm feito pontas nos folhetins?

Fato é que essa interação entre dramaturgia e entretenimento têm acontecido com frequência. “Mais Você”, “Encontro com Fátima Bernardes”, “Programa do Jô”, “Eliana” são algumas das atrações mais experientes no assunto.

Para se ter uma ideia, só no último mês, o “Encontro” participou de duas gravações. Uma delas com Samantha (Claudia Raia), de “Alto Astral” – novela das sete que teve o último capítulo exibido na sexta-feira –, e a outra com Tereza (Fernanda Montenegro), de “Babilônia”. 

Por falar em Samantha, durante a novela ela transitou por quase todos os programas da Globo. Por pouco não virou funcionária do canal... 

Apesar de frequente, a interação não é novidade. Quem não se lembra da febre das Empreguetes de “Cheias de Charme” – exibida em 2012 – que pintaram e bordaram em quase todas as atrações da casa? 

O doutor e especialista em TV pela USP Claudino Mayer avalia essa interação como uma vitrine para os programas.

“A telenovela é o principal produto de uma grande emissora, como a Globo, por exemplo. Em três meses de exibição, a novela paga toda a TV”, esclarece. “A telenovela tem mais autonomia, credibilidade. Mesmo oscilando em audiência, como é o caso da novela das nove, continua sendo o produto principal. Existe uma troca e ambos têm interesse, mas a novela vai divulgar esses programas. É como um merchandising”, completa.

Além disso, Claudino diz que essa interação faz com que o personagem se torne mais real.

“O programa da Fátima (Bernandes), por exemplo, é sério e traz informações. A participação de Teresa reforça na atração a credibilidade do personagem (uma advogada) e prova que é possível que ela exista na vida real”, explica o especialista.