sábado, 30 de julho de 2016
O Ministério Público Federal da 5ª Região está convencido de que a empreiteira OAS, que teve contratos milionários com a Petrobras na Refinaria Abreu e Lima (em Suape), usou o esquema de empresas fantasmas revelado pela Operação Turbulência para comprar, por meio de artifícios, o avião Cessna Citation usado pelo então candidato a presidente Eduardo Campose Marina Silva, morto em um acidente em agosto de 2014, em Santos, São Paulo. As provas foram compartilhadas pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná.
O procurador regional Francisco Chaves dos Santos Neto diz, no documento, que o investigado João Carlos Lyra era reconhecido pelos operadores financeiros Roberto Trombeta e Rodrigo Morales, ambos investigados na Operação Lava Jato, "como sendo nada menos do que a pessoa que viabilizaria o vultoso esquema ilícito de venda de dinheiro em espécie para pagamento de vantagem indevida efetuado pela Construtora OAS, o que era feito mediante cobrança de taxa de 2% sobre o montante total, em troca da indicação, pelo ora paciente, de contas de diversas pessoas físicas e jurídicas para recebimento dos recursos de origem espúria, conforme evidenciado nas representações criminais ., em trâmite na Seção Judiciária do Paraná." Em depoimento na Polícia Federal de Brasília, o empresário João Carlos Lyra chegou na afirmar que a compra do avião fazia parte da montagem de uma empresa de taxi aéreo no Recife. No mesmo parecer do MPF local, o procurador Regional demonstra ter visto motivações políticas. "A aquisição (do avião por João Carlos Lyra). tinha o sentido de fincar raízes ao longo do tempo junto a políticos poderosos, não fosse um acidente que matou um deles..."
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