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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Ditadura ou democracia: a corda arrebentará de algum lado





A pandemia até aqui impediu manifestações populares da maioria de 70% que não apoia Bolsonaro mas o medo do vírus começou a ser desafiado, tal como nos Estados Unidos, onde o domingo foi de novas e expressivas manifestações anti-racismo após o assassinato do negro George Floyd. 
O deputado Glauber Braga (PSOL) foi um dos que rompeu a quarentena para juntar-se ao ato das torcidas. Como vai ser daqui para a frente ninguém sabe mas a faísca mostrou que há energias represadas. Houve manifestações em defesa da democracia também em São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.
Na Avenida Paulista, a polícia reprimiu a manifestação liderada pelas torcidas, contra as quais lançou bombas, e protegeu os bolsonaristas. O governador João Dória disse que sua polícia tratou de proteger a integridade física dos dois lados, mas não foi assim. Os vídeos mostram claramente. Como ele não é bolsonarista, não deve mandar na sua PM. Está devendo satisfações.
Daqui para a frente será também assim. Quem ousar sair às ruas em defesa da democracia prepare-se para a repressão. A maioria das PMs foi milicializada pelo bolsonarismo e vai reprimir manifestações anti-golpistas. E se tais manifestações  tomarem vulto, Bolsonaro partirá (como Trump) para a retórica da desordem que precisa ser contida. Ele já planejaria, para tal situação, decretar uma GLO (Operação de Garantia da Lei da Ordem) em todo o país. Estaria havendo treinamento no Exército para tal situação.
A resistência institucional precisa da luta das ruas e vice-versa. O STF precisa ser apoiado e ter reconhecido seu papel de vanguarda na defesa da Constituição e da democracia.
Os inquéritos precisam avançar. O das fake News e aquele outro, pedido pelo PGR (que deve ter se arrependido), para identificar financiadores e organizadores dos atos antidemocráticos. Tem muito trabalho pela frente o ministro Alexandre de Morais.
O inquérito das fake news levará água para as ações que pedem, no TSE, a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão. Esta semana, o mesmo Alexandre de Morais tomará posse como ministro do TSE, para desespero dos bolsonaristas.
O domingo de ontem encerrou o mês de maio, que foi terrível para os brasileiros, do ponto de vista sanitário: a pandemia disparou e 24 mil pessoas perderam a vida. Em 30 de abril, haviam morrido apenas 6 mil. Hoje, vamos passar dos 30 mil mortos.
Junho começa com o mesmo desgoverno na área sanitária. E também com o prenúncio de que a hora da verdade está chegando.
Fonte 247 
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia) Postado por Madalena França.

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