Postado por Madalena França
O presidente Jair Bolsonaro (PL) está colhendo os frutos de tentar minar a democracia. As recentes investidas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) desagradaram o eleitorado e fizeram a preferência pelo chefe do Executivo ficar estagnada, conforme dados da 11ª edição da Pesquisa Genial/Quaest, divulgada hoje. As informações são do Correio Braziliense.
Os embates do presidente Jair Bolsonaro com o Supremo e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) interromperam a tendência de crescimento da sua candidatura, segundo a pesquisa. A maioria dos eleitores (45%) reprova o indulto presidencial concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado por ameaças aos ministros do STF.
O levantamento mostra também que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém a liderança na preferência do eleitorado, com 46% a 51% das intenções de voto na pesquisa estimulada para o primeiro turno, dependendo do cenário. Enquanto isso, Bolsonaro fica com 29% e parou de subir depois de três meses registrando aumento.
“O enfrentamento institucional fez mal ao Bolsonaro, porque desagradou o eleitor da terceira via, que é quem estava voltando para o Bolsonaro”, ressaltou Felipe Nunes, coordenador da pesquisa e CEO da Quaest, que, desde julho de 2021 tem feito o levantamento encomendado pela Genial Investimentos. “A pesquisa tem dois elementos importantes. Bolsonaro para de crescer e Lula continua estável”, frisou.
Na avaliação de Nunes, “a graça presidencial ao deputado engajou os setores radicais da campanha, mas afastou o eleitor moderado que vinha se aproximando do presidente”. Segundo ele, 54% dos eleitores que não querem nem Bolsonaro nem Lula reprovam a ação do presidente, contra 17% que aprovam. Ele lembrou ainda que a confiança dos eleitores nas urnas eletrônicas aumentou, apesar dos ataques de Bolsonaro.
Em um eventual segundo turno, o ex-presidente petista mantém a liderança em todos os cenários e consolida sua força no Nordeste e entre o eleitorado feminino, algo que tem incomodado Bolsonaro que apelou colocando a primeira-dama Michele em cadeia nacional para pronunciamento inusitado no Dia das Mães.
De acordo com a pesquisa, se o primeiro turno fosse hoje e se as eleições presidenciais dependessem apenas do voto feminino, Lula venceria Bolsonaro com 51% dos votos contra 22%. Entre os homens, o petista ainda tem maioria, mas com uma vantagem menor sobre o atual inquilino do Palácio do Alvorada, de 42% contra 28%.
A pesquisa mostra ainda que a preferência do eleitor por Bolsonaro para vencer as eleições, se as eleições fossem hoje, encolheu de 31% para 29%, entre abril e maio. Com isso, Lula, que teve a preferência variando de 46% para 45%, teve uma leve ampliação na vantagem de 15 pontos percentuais para 16. A fatia dos eleitores que não preferem nenhum dos dois pré-candidatos passou de 19% para 22% entre abril e maio.
A Pesquisa Genial/Quaest ouviu, presencialmente, 2.000 pessoas entre os dias 5 e 8 de maio. O levantamento vem ocorrendo desde julho de 2021, e é a mais longa série de sondagens feitas presencialmente no país para as eleições presidenciais deste ano.
O nível de confiança da pesquisa Genial/Quaest é de 95%, com margem de erro máxima de 2%, para cima ou para baixo, em relação ao total da amostra.
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