Prof.
Antônio Lopes de Sá – 16/03/2004
Existem
atitudes que dignificam o ser humano.
Uma
delas é a lealdade virtuosa, ato de grandeza do espírito e da mente.
Ser
leal é mais que ser benevolente.
É
um respeitar-se respeitando a terceiros, em feitos duplos de qualidades
anímicas.
Ato
de amor, representa a um só tempo grandeza e renúncia.
Dentre
as manifestações sublimes destaca-se como uma das mais expressivas.
Isso
porque é uma evidência de fidelidade que destaca o ser pela honestidade e
abdicação, às vezes, até do interesse próprio, em favor de quem se dedica amor.
Como
compromisso espiritual tal sentimento é maior que o próprio ser.
É
um gigantismo de excelsa virtude.
Não
se confunde com o fanatismo, pois, este é uma negação da razão, e, às vezes,
até ausência de amor, fruto da ignorância.
Igualmente
não se compara com a submissão, porque esta não nasce de uma liberdade de
opção.
Independe
de cultura, raça, posição social, porque é espontânea e nasce da liberdade,
como uma escolha.
A
lealdade é uma prova de sabedoria do espírito, sendo uma eleição livre de
conduta traçada por decisão consciente.
Um dos exemplos exuberantes de lealdade foi dado em
Vila Rica, por volta de 1792 e bem mereceria uma estátua, um obelisco, em suma
algo que a todos lembrasse o leal escravo Nicolau.
Quando
abortou o movimento da Conjuração Mineira, as cortes de Lisboa impuseram duras
penas e humilhações aos membros do levante frustrado.
Uma
das vítimas foi o então sexagenário Domingos de Abreu Vieira, punido com o
degredo e o confisco de seus bens.
Quando
o leilão dos pertences foi feito, a solidariedade maçônica fez com que um dos
irmãos da ordem arrematasse o escravo Nicolau e, a seguir, lhe desse a carta de
alforria.
Livre,
entretanto, o servo, em vez de desfrutar das benesses, partiu para o exílio com
o seu ex-senhor Abreu Vieira.
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