Por: Guilherme Anjos/Diário de Pernambuco – Em votação realizada ontem (20), o União Brasil decidiu pelo afastamento do seu presidente, o deputado federal Luciano Bivar da presidência. Assim, assume o vice Antônio Rueda, que já teria a titularidade do cargo em junho, após vencer as eleições partidárias em fevereiro.
Foram 11 votos a favor do afastamento, contra cinco em defesa de Bivar, e uma abstenção. A representação encabeçada pela senadora Professora Dorinha e assinada por governadores e parlamentares do partido também pedia a expulsão de Bivar, mas o deputado permanece na sigla.
O afastamento, no entanto, ainda é provisória, e o partido deve aguardar análise e efetivação da decisão pelo Conselho de Ética. Como manteve sua filiação, Bivar se mantém, sem riscos, como primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Em nota, a defesa de Luciano Bivar questionou a imparcialidade da votação, e acusou Antônio Rueda e sua irmã, a tesoureira Maria Emília, de possuírem “interesse direto no resultado da representação”.
“Os próprios representantes são as ‘supostas vítimas’, acusadores e julgadores, agindo em interesse próprio, contrariando o devido processo legal mesmo após reiterados desrespeitos às questões de ordem apresentadas acerca de impedimentos legítimos”, diz a nota.
Ainda, a defesa do deputado garantiu que “irá analisar todas as medidas administrativas e judiciais que o caso requer e oportunamente serão divulgadas”.
Questão de ordem
O início da votação foi de briga entre os correligionários. Luciano Bivar apresentou questão de ordem para o “impedimento” de oito colegas para a votação por já terem proferido algo contra ele, ou expressado interesse em lhe tirar da presidência, e por isso não seriam “isentos” para participar da votação.
Os membros do partido que Bivar tentou impedir são o próprio Antônio Rueda, o deputado federal Pauderney Avelino; o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado; o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto; o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento; a tesoureira da sigla e irmã de Rueda, Maria Emília Rueda; e Cláudio Cavalcanti.
Até então na função de presidente, Bivar votou a favor da própria questão de ordem, gerando a revolta de ACM Neto, um dos principais aliados de Rueda. “O senhor não vai ganhar no grito, presidente Bivar. E o senhor não vai considerar nenhum de nós impedidos”, se exaltou.
Após bate-boca, ACM Neto, presente na sede do União Brasil em Brasília, pediu para que o microfone de Bivar, que participou por videoconferência, fosse cortado. E assim foi feito. Relatora do caso, Professora Dorinha votou contra a questão de ordem.
Acusações
Luciano Bivar foi acusado de ameaçar Antônio Rueda de morte, episódio que veio à tona após as propriedades no litoral pernambucano do novo presidente do União Brasil e de sua irmã, tesoureira da sigla, pegarem fogo na noite de 11 de março.
Em nota, o partido se pronunciou sobre esta e outras acusações. “O deputado federal foi alvo de representação que o acusou de ofensas e ameaças a dirigentes partidários e seus familiares. Ele também foi acusado de praticar violência política contra mulher, além de validar cartas de desfiliação de seis deputados do União Brasil do Rio de Janeiro sem submeter à decisão colegiada do partido”, escreveu.
No último sábado (16), a defesa de Luciano Bivar submeteu documentação negando as acusações. “O representado expressou para o senhor Antônio Rueda que ele estava ‘morto’ no contexto da relação pessoal de amizade e profissional”, declarou.
Postado por Madalena França
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