domingo, 6 de dezembro de 2015
"Somente os mal informados, os ingênuos e os cangurus da Austrália ainda acham que o vice Michel Temer vai apoiar a presidente Dilma na questão do impeachment. Agora é o Fla-Flu, é o nós contra eles, é o presidente contra o vice. Somente um dos dois ficará vivo depois da batalha", diz o colunista Alex Solnik; "O primeiro sinal foi a demissão voluntária de Eliseu Padilha do Ministério da Aviação Civil. Se ele era o articulador político do governo até há pouco, dono, portanto de uma agenda poderosa e deixa o governo o motivo é somente um: articular contra o governo".
Somente os mal informados, os ingênuos e os cangurus da Austrália ainda acham que o vice Michel Temer vai apoiar a presidente Dilma na questão do impeachment.
Agora é o Fla-Flu, é o nós contra eles, é o presidente contra o vice. Somente um dos dois ficará vivo depois da batalha.
Imaginar que Temer poderá apoiar a presidente em vez de “apoiar a si próprio” é uma bobagem descomunal. Seria como dizer aos jogadores do Flamengo não ganharem do Fluminense para serem os campeões.
Se ele disser aos seus correligionários “votem contra o impeachment” será o mesmo que dizer “votem contra mim”. Não só contra ele, mas contra o PMDB, do qual é o presidente, diga-se.
Imaginem a reação dos insatisfeitos do PMDB, que não couberam no governo Dilma, à possibilidade de poderem assumir dezenas de milhares de cargos de vários escalões.
“Ah, mas se fizer isso Temer vai trair a Dilma”. Mas ele não tem opção. A alternativa seria trair o PMDB. E, se trair o PMDB, ele será derrubado da presidência do partido.
Pois vejam: o grande objetivo de qualquer partido político é a conquista do poder e agora que o poder está a uma esquina ele vai recuar? Se recuar, sua cabeça rola.
Além do mais, o que Temer perde com isso? Absolutamente nada. Se o impeachment não vingar tudo bem, Dilma continua no governo e ele também. Ela não pode demiti-lo. Ficarão de caras amarradas, não se falarão e fim de papo.
O primeiro sinal foi a demissão voluntária de Eliseu Padilha do Ministério da Aviação Civil. Se ele era o articulador político do governo até há pouco, dono, portanto de uma agenda poderosa e deixa o governo o motivo é somente um: articular contra o governo.
Ele não entende nada de aviões, mas tem o mapa da mina da Câmara com os nomes, telefones, datas de nascimento e nomes das secretárias dos deputados suscetíveis a um convite indecente para alguns, honroso para outros. “Vote em Temer e venha governar conosco”.
Ele sai do governo para ir atrás dos votos pró-impeachment ou pró-Temer, o que é a mesma coisa.
Ele sai do governo para tentar entrar na história, não importa se pela porta dos fundos.
Enquanto o Planalto se lamenta ou se diz perplexo o outro lado já está em campo suando a camisa.
E se os homens do Planalto não fizerem o mesmo, ba-bau. Ou bye, bye Dilma.
O problema é que Padilha tem a oferecer um governo novinho em folha. E o Planalto apenas sangue, suor e lágrimas.
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