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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Formação do secretariado de Paulo Câmara visará 2020 e 2022…

 DIMAS SANTOS   

Reeleito ainda no primeiro turno, o governador Paulo Câmara demonstrou que aprendeu muito de política nos quatro anos em que ocupou o Palácio do Campo das Princesas e entendeu que sem fazer política fica difícil conseguir que a população enxergue os resultados alcançados pelo governo. Diante deste cenário, Paulo Câmara, que tomou gosto pela política, quer fazer um segundo governo com mais resultados e que tenha a sua cara, e por isso ele montará uma equipe não só visando o governo, como pensando em 2020 e 2022. Para ter uma base sólida, Paulo Câmara priorizará os principais partidos da Frente Popular, uma vez que ele pretende que o PSB emplaque o sucessor de Geraldo Julio para que o partido chegue fortalecido em 2022, quando ele deverá tentar o Senado pela Frente Popular, então a conta do secretariado levará em consideração além do PSB, o PP, o PSD, o PT, o MDB e o PDT, que contabilizam para a propaganda eleitoral.

O PP já tem o secretário Clovis Benevides que foi indicado pelo deputado federal Eduardo da Fonte e já se fala na sua manutenção na equipe do governador pelo trabalho que foi desempenhado, uma vez que ele tem grande qualificação técnica e poderá ser aproveitado na secretaria de combate às drogas. O PSD que atualmente ocupa a secretaria das Cidades não sairá do secretariado, uma vez que André de Paula é considerado um aliado fiel e disciplinado do governador, o que pode ocorrer é a mudança de pastas, mas a secretaria deverá ter o mesmo tamanho das Cidades. O PT que está cotado para a futura secretaria de Desenvolvimento Agrário deverá ser mesmo oficializado, uma vez que tem dois nomes que se forem lançados para a prefeitura do Recife podem atrapalhar o PSB, que são a deputada federal Marília Arraes e o senador Humberto Costa. O PDT que atualmente ocupa a secretaria de Agricultura mesmo não tendo integrado oficialmente a Frente Popular deverá ser abrigado numa secretaria, cuja amarração se dará entre Wolney Queiroz e Carlos Lupi no sentido de evitar que o deputado federal Túlio Gadelha possa ser candidato a prefeito do Recife em 2020.

O MDB, por sua vez, atualmente comandado pelo deputado federal Raul Henry, tem o nome de Fernando Dueire sendo lembrado para a equipe do governador, podendo assumir a secretaria de Desenvolvimento Econômico, e alinhavando o partido na Frente Popular, o candidato ungido por Geraldo Julio e Paulo Câmara terá força política suficiente para garantir uma competitividade significativa. Outro partido está sendo visto como estratégico para a Frente Popular nas eleições de 2020, trata-se do PSL de Luciano Bivar, que não foi contemplado no primeiro escalão de Jair Bolsonaro e terá o maior tempo de televisão da eleição. O apoio do PSL ao candidato do PSB ajudará a evitar que o partido migre para a oposição e fortaleça um nome alinhado com o presidente Jair Bolsonaro. A equação passaria pela garantia de espaços tanto no governo Paulo Câmara quanto no governo Geraldo Julio, mas o tema ainda não está sendo tratado abertamente para não melindrar aliados ortodoxos como o PT e o PCdoB, que são opositores ferrenhos do presidente.

Se fechar este cinturão de apoios partidários, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Julio terão o controle absoluto da disputa de 2020, fragilizando ainda mais a oposição que sofreu a quinta derrota seguida para o PSB, e está órfã de um nome natural para enfrentar o candidato apoiado pelo prefeito e pelo governador na disputa pela prefeitura do Recife. (Edmar Lyra)

Por Madalena França via Dimas Santos

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