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sábado, 9 de janeiro de 2016

LULA, ENTRE O MEDO E A ESPERANÇA



Para o sociólogo e colunista do 247 Emir Sader, "desde que mudou o país, trazendo crescimento com distribuição de renda e controle da inflação, recuperando o papel do Estado e retirando milhões de brasileiros da pobreza e da miséria, o ex-presidente Lula é alvo de toda artilharia possível da direita, para acumular suspeitas em busca da rejeição do povo ao ex-presidente"; "Já terminaram com a reeleição – como já tinham feito uma vez -, contra o Lula, diminuíram o tempo de campanha, pelo pânico do Lula falando para todo o país", afirma; para Emir, o Brasil está dividido entre quem tem medo do Lula e que tem esperança nele; leia íntegra.
Há quem diga que o Brasil está dividido entre quem tem medo do Lula e que tem esperança nele. Pode ser exagerado, mas expressa certamente algo da realidade, do imaginário e das expectativas do país.
Ele pode estar com fotos na primeira página dos jornais, revistas ou sites. Ou nem ser citado dias inteiros. Mas o seu espectro cruza toda a história brasileira, há varias décadas. Desde que conseguiu, sob sua liderança, romper a espinha dorsal do "milagre" da ditadura, e o santo desse "milagre": o arrocho salarial.
Mais tarde, candidato a presidente, deu o primeiro grande susto nas elites tradicionais, ao passar para o segundo turno contra o Collor. O fracasso deste de novo fez subir o temor, até que veio o alivio, com as vitórias do FHC.
Mas o fracasso também de FHC recolocou o medo e a esperança na ordem do dia. Nao adiantou o pânico que quis se criar – a debandada de empresários, o "risco Lula", a disparada do dólar -, Lula ganhou e aí o espectro se fez carne. Alguém passou a presidir o país colocando em prática tudo o que as elites diziam que era impossível: crescimento com distribuição de renda e controle da inflação, recuperar o papel ativo do Estado, resgatar a auto estima dos brasileiros, projetar uma imagem altamente positiva do Brasil no mundo.
Era demais para a elite tradicional e seu arauto mais conotado: FHC. A grande maioria dos brasileiros, pobres no país mais desigual do continente mais desigual do mundo, graças às politicas das elites tradicionais, passou a acreditar em si mesma e no país, a sentir que seu destino não era sofrer desprovida de todos os direitos fundamentais. E encontrou um dirigente no qual confiar.
Desde então, a direita reserva toda sua artilharia contra Lula. Não importa que o PT e o governo estejam fragilizados, que não haja nenhuma prova das acusações contra o Lula, o que importa para a direita é acumular suspeitas para tentar construir rejeições ao Lula. Já terminaram com a reeleição – como já tinham feito uma vez -, contra o Lula, diminuíram o tempo de campanha, pelo pânico do Lula falando para todo o país.
Diante da crise atual e das dificuldades do governo superá-la – especialmente a econômica, que afeta a grande maioria da população -, o medo e a esperança só aumentam. O medo, porque sabem que o Lula é o único dirigente político com credibilidade, com apoio popular e que pode apresentar os resultados do seu governo, para poder construir um bloco de forças e um projeto de resgate democrático da crise. E a esperança, pela mesma razão, do lado de quem foi beneficiário, teve sua vida mudada pelo governo Lula e confia nele.
Por tudo isso, é muito medo de um lado e muita esperança do outro

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