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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Apesar da esmagadora vitória do Lula em Orobó , entristece saber que Bolsonaro aumentou o número de votos no segundo turno. Veja números.


                                           Os católicos de Orobó perderam a noção do que ensinou Jesus


A vitória de Lula foi linda, Mas inquieta e entristece saber que Orobó tem 2.679  pessoas que queria continuar com um presidente tão desumano, preconceituoso, com forte tendência a violência e a negação da preservação da vida no meio ambiente e no incentivo as armas. Sabemos que na Democracia existem os semelhantes e opostos. A questão não é puramente votar contra o Lula, é votar a favor de um sistema violento e fascista e contra a Democracia, o meio Ambiente, os pobres, os índios, os negros, as minorias em geral . Se fosse qualquer outro nome, eu entenderia, mas Ele me entristece. Me faz também pensar na péssima influência de algumas pessoas públicas de Orobó, visto que o segundo turno aumentou o número de Votos no Capitão. Agradeço até aqueles que por não simpatizar com Lula anularam o voto ou votaram branco. Isso significa que eles ainda tem salvação democrática. Quem não pode ajudar pelo menos não atrapalhar , já ajuda.

Veja Números abaixo:


 Lula (PT) foi o candidato mais votado para a Presidência da República em Orobó (PE). Ele recebeu 10.941 votos, o equivalente a 80,33% do total da cidade. Já Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha de 19,67% dos eleitores e recebeu 2.679 votos

Lula teve mais número de votos que no primeiro turno, quando recebeu 10.775 (77,27%). Jair Bolsonaro recebeu mais número de votos que no outro pleito, em que registrou 2.425 votos, o equivalente a 17,39%.

Ao todo, 7,23% dos eleitores do município votaram branco ou nulo .

Postado por Madalena França

Casinhas no Agrete de Pernambuco também deu Vitória a Lula e Marília Arraes...

 


A prefeita de Casinhas e seu esposo deputado desta vez, não conseguiram fazer a transferência de votos para o seus Canidatos, nem Presidente nem governador. Lá Marília também venceu. Eles apoiavam Raquel Lyra que foi eleita governadora por Pernambuco.

Veja os números da votação na terra dos batatateiros.

Lula (PT) foi o candidato mais votado para a Presidência da República em Casinhas (PE). Ele recebeu 7.130 votos, o equivalente a 81,77% do total da cidade. Já Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha de 18,23% dos eleitores e recebeu 1.590 votos

Lula teve mais número de votos que no primeiro turno, quando recebeu 6.951 (79,84%). Jair Bolsonaro recebeu mais número de votos que no outro pleito, em que registrou 1.361 votos, o equivalente a 15,63%.

Ao todo, 7,36% dos eleitores do município votaram branco ou nulo para presidente

Para o cargo de governador de PE , Marília Arraes (SD) recebeu mais votos em Casinhas (PE). Foram 5.005 votos (58,62% do total da cidade). Sua adversária, Raquel Lyra (PSDB), teve a preferência de 41,38% dos eleitores e registrou 3.533 votos.

Os votos brancos e nulos para governador de PE somaram 9,3% do total no município.

Ao todo, 19,89% dos eleitores aptos a votar no município não compareceram às urnas.

Com informações do G1 Postado por Madalena França

Marília agradece os votos que recebeu de todos os Pernambucanos nela e em Lula, oferece sua colaboração ao presidente e diz que fiscalizará as promessas de Campanha da opositora


Postado por Madalena França


Após perder a disputa pelo cargo de governadora de Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes (SD) se pronunciou através de nota. Antes, a assessoria de comunicação dela havia agendado uma entrevista coletiva para 20h do domingo (30), num hotel do Recife, mas que foi cancelada logo após o Tribunal Regional Eleitoral oficializar a vitória de Raquel Lyra (PSDB). Na nota, Marília enalteceu a eleição de Lula (PT) e disse que fará oposição ao novo governo estadual. "O Brasil venceu. Com a eleição de Lula iniciamos um novo capítulo na história de nosso país. Me congratulo com o presidente Lula por sua vitória. Trabalhamos incansavelmente para expurgar o mal que afligia o País, unindo as forças progressistas do Estado. E tivemos sucesso. Com Lula, o povo brasileiro vai recuperar direitos básicos como o de ter comida na mesa, emprego, saúde, educação, moradia. E mais ainda, vai recuperar sua segurança, sua autoestima e a garantia de sonhar com um futuro melhor. De minha parte, estou pronta para colaborar com o presidente Lula, mantendo o foco na defesa dos interesses de Pernambuco. Sempre fui uma pessoa democrática. Reconheço o resultado das urnas, que representa a vontade da maioria dos pernambucanos. Agradeço a todas as eleitoras e eleitores que me confiaram seu voto. Sempre tive lado. E sigo do lado onde sempre estive. A partir deste momento estarei à frente das oposições, liderando incansavelmente a fiscalização rigorosa e o estrito cumprimento das promessas feitas à população durante a campanha. Já enviei meus cumprimentos para minha adversária e desejei a ela todo sucesso na condução do Estado. Agradeço a Deus, a minha família, marido e filhas por todo apoio nesta caminhada. Também sou grata a todas as lideranças políticas que estiveram ao meu lado no primeiro e no segundo turnos. Agradeço a minha equipe e a todos que de alguma forma contribuíram ao longo da nossa campanha, uma campanha muito bonita, propositiva e honesta. Que Deus abençoe o povo de Pernambuco e do Brasil”, Marília Arraes.

Aqui você pode ler cada palavra do presidente Lula

 Leia o discurso de Lula na íntegra. 


"Meus amigos e minhas amigas.


Chegamos ao final de uma das mais importantes eleições da nossa história. Uma eleição que colocou frente a frente dois projetos opostos de país, e que hoje tem um único e grande vencedor: o povo brasileiro.


Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora.


Neste 30 de outubro histórico, a maioria do povo brasileiro deixou bem claro que deseja mais – e não menos democracia.


Deseja mais – e não menos inclusão social e oportunidades para todos. Deseja mais – e não menos respeito e entendimento entre os brasileiros. Em suma, deseja mais – e não menos liberdade, igualdade e fraternidade em nosso país.


O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que exercer o direito sagrado de escolher quem vai governar a sua vida. Ele quer participar ativamente das decisões do governo.


O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que o direito de apenas protestar que está com fome, que não há emprego, que o seu salário é insuficiente para viver com dignidade, que não tem acesso a saúde e educação, que lhe falta um teto para viver e criar seus filhos em segurança, que não há nenhuma perspectiva de futuro.


O povo brasileiro quer viver bem, comer bem, morar bem. Quer um bom emprego, um salário reajustado sempre acima da inflação, quer ter saúde e educação públicas de qualidade.


Quer liberdade religiosa. Quer livros em vez de armas. Quer ir ao teatro, ver cinema, ter acesso a todos os bens culturais, porque a cultura alimenta nossa alma.


O povo brasileiro quer ter de volta a esperança.


É assim que eu entendo a democracia. Não apenas como uma palavra bonita inscrita na Lei, mas como algo palpável, que sentimos na pele, e que podemos construir no dia-dia.


Foi essa democracia, no sentido mais amplo do termo, que o povo brasileiro escolheu hoje nas urnas. Foi com essa democracia – real, concreta – que nós assumimos o compromisso ao longo de toda a nossa campanha.


E é essa democracia que nós vamos buscar construir a cada dia do nosso governo. Com crescimento econômico repartido entre toda a população, porque é assim que a economia deve funcionar – como instrumento para melhorar a vida de todos, e não para perpetuar desigualdades.


A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias que perderam seu poder de compra.


A roda da economia vai voltar a girar com os pobres fazendo parte do orçamento. Com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas.


Com todos os incentivos possíveis aos micros e pequenos empreendedores, para que eles possam colocar seu extraordinário potencial criativo a serviço do desenvolvimento do país.


É preciso ir além. Fortalecer as políticas de combate à violência contra as mulheres, e garantir que elas ganhem o mesmo salários que os homens no exercício de igual função.


Enfrentar sem tréguas o racismo, o preconceito e a discriminação, para que brancos, negros e indígenas tenham os mesmos direitos e oportunidades.


Só assim seremos capazes de construir um país de todos. Um Brasil igualitário, cuja prioridade sejam as pessoas que mais precisam.


Um Brasil com paz, democracia e oportunidades.


Minhas amigas e meus amigos.


A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis. Somo um único país, um único povo, uma grande nação.


Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio.


A ninguém interessa viver num país dividido, em permanente estado de guerra.


Este país precisa de paz e de união. Esse povo não quer mais brigar. Esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo a ser temido ou destruído.


É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida.


O desafio é imenso. É preciso reconstruir este país em todas as suas dimensões. Na política, na economia, na gestão pública, na harmonia institucional, nas relações internacionais e, sobretudo, no cuidado com os mais necessitados.


É preciso reconstruir a própria alma deste país. Recuperar a generosidade, a solidariedade, o respeito às diferenças e o amor ao próximo.


Trazer de volta a alegria de sermos brasileiros, e o orgulho que sempre tivemos do verde-amarelo e da bandeira do nosso país. Esse verde-amarelo e essa bandeira que não pertencem a ninguém, a não ser ao povo brasileiro.


Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer, ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário.


Se somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro de proteína animal, se temos tecnologia e uma imensidão de terras agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias.


Este será, novamente, o compromisso número 1 do nosso governo.


Não podemos aceitar como normal que famílias inteiras sejam obrigadas a dormir nas ruas, expostas ao frio, à chuva e à violência.


Por isso, vamos retomar o Minha Casa Minha Vida, com prioridade para as famílias de baixa renda, e trazer de volta os programas de inclusão que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza.


O Brasil não pode mais conviver com esse imenso fosso sem fundo, esse muro de concreto e desigualdade que separa o Brasil em partes desiguais que não se reconhecem. Este país precisa se reconhecer. Precisa se reencontrar consigo mesmo.


Para além de combater a extrema pobreza e a fome, vamos restabelecer o diálogo neste país.


É preciso retomar o diálogo com o Legislativo e Judiciário. Sem tentativas de exorbitar, intervir, controlar, cooptar, mas buscando reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três poderes.


A normalidade democrática está consagrada na Constituição. É ela que estabelece os direitos e obrigações de cada poder, de cada instituição, das Forças Armadas e de cada um de nós.


A Constituição rege a nossa existência coletiva, e ninguém, absolutamente ninguém, está acima dela, ninguém tem o direito de ignorá-la ou de afrontá-la.


Também é mais do que urgente retomar o diálogo entre o povo e o governo.


Por isso vamos trazer de volta as conferências nacionais. Para que os interessados elejam suas prioridades, e apresentem ao governo sugestões de políticas públicas para cada área: educação, saúde, segurança, direitos da mulher, igualdade racial, juventude, habitação e tantas outras.


Vamos retomar o diálogo com os governadores e os prefeitos, para definirmos juntos as obras prioritárias para cada população.


Não interessa o partido ao qual pertençam o governador e o prefeito. Nosso compromisso será sempre com melhoria de vida da população de cada estado, de cada município deste país.


Vamos também reestabelecer o diálogo entre governo, empresários, trabalhadores e sociedade civil organizada, com a volta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.


Ou seja, as grandes decisões políticas que impactem as vidas de 215 milhões de brasileiros não serão tomadas em sigilo, na calada da noite, mas após um amplo diálogo com a sociedade.


Acredito que os principais problemas do Brasil, do mundo, do ser humano, possam ser resolvidos com diálogo, e não com força bruta.


Que ninguém duvide da força da palavra, quando se trata de buscar o entendimento e o bem comum.


Meus amigos e minhas amigas.


Nas minhas viagens internacionais, e nos contatos que tenho mantido com líderes de diversos países, o que mais escuto é que o mundo sente saudade do Brasil.


Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos. E que ao mesmo tempo contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres.


O Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, por meio de cooperação, investimento e transferência de tecnologia.


Que trabalhou pela integração da América do Sul, da América Latina e do Caribe, que fortaleceu o Mercosul, e ajudou a criar o G-20, a UnaSul, a Celac e os BRICS.


Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo.


Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país, para que os investidores – nacionais e estrangeiros – retomem a confiança no Brasil. Para que deixem de enxergar nosso país como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão social e sustentabilidade ambiental.


Queremos um comércio internacional mais justo. Retomar nossas parcerias com os Estados Unidos e a União Europeia em novas bases. Não nos interessam acordos comerciais que condenem nosso país ao eterno papel de exportador de commodities e matéria prima.


Vamos re-industrializar o Brasil, investir na economia verde e digital, apoiar a criatividade dos nossos empresários e empreendedores. Queremos exportar também conhecimento.


Vamos lutar novamente por uma nova governança global, com a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e com o fim do direito a veto, que prejudica o equilíbrio entre as nações.


Estamos prontos para nos engajar outra vez no combate à fome e à desigualdade no mundo, e nos esforços para a promoção da paz entre os povos.


O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a Floresta Amazônica.


Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global.


Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia


O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração da vida na Terra.


Um rio de águas límpidas vale muito mais do que todo o ouro extraído às custas do mercúrio que mata a fauna e coloca em risco a vida humana.


Quando uma criança indígena morre assassinada pela ganância dos predadores do meio ambiente, uma parte da humanidade morre junto com ela.


Por isso, vamos retomar o monitoramento e a vigilância da Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal – seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida.


Ao mesmo tempo, vamos promover o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem na região amazônica. Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem destruir o meio ambiente.


Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a Amazônia, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. Mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania.


Temos compromisso com os povos indígenas, com os demais povos da floresta e com a biodiversidade. Queremos a pacificação ambiental.


Não nos interessa uma guerra pelo meio ambiente, mas estamos prontos para defendê-lo de qualquer ameaça.


Meus amigos e minhas amigas.


O novo Brasil que iremos construir a partir de 1º de janeiro não interessa apenas ao povo brasileiro, mas a todas as pessoas que trabalham pela paz, a solidariedade e a fraternidade, em qualquer parte do mundo.


Na última quarta-feira, o Papa Francisco enviou uma importante mensagem ao Brasil, orando para que o povo brasileiro fique livre do ódio, da intolerância e da violência.


Quero dizer que desejamos o mesmo, e vamos trabalhar sem descanso por um Brasil onde o amor prevaleça sobre o ódio, a verdade vença a mentira, e a esperança seja maior que o medo.


Todos os dias da minha vida eu me lembro do maior ensinamento de Jesus Cristo, que é o amor ao próximo. Por isso, acredito que a mais importante virtude de um bom governante será sempre o amor – pelo seu país e pelo seu povo.


No que depender de nós, não faltará amor neste país. Vamos cuidar com muito carinho do Brasil e do povo brasileiro. Viveremos um novo tempo. De paz, de amor e de esperança.


Um tempo em que o povo brasileiro tenha de novo o direito de sonhar. E as oportunidades para realizar aquilo que sonha.


Para isso, convido a cada brasileiro e cada brasileira, independentemente em que candidato votou nessa eleição. Mais do que nunca, vamos juntos pelo Brasil, olhando mais para aquilo que nos une, do que para nossas diferenças.


Sei a magnitude da missão que a história me reservou, e sei que não poderei cumpri-la sozinho. Vou precisar de todos – partidos políticos, trabalhadores, empresários, parlamentares, govenadores, prefeitos, gente de todas as religiões. Brasileiros e brasileiras que sonham com um Brasil mais desenvolvido, mais justo e mais fraterno.


Volto a dizer aquilo que disse durante toda a campanha. Aquilo que nunca foi uma simples promessa de candidato, mas sim uma profissão de fé, um compromisso de vida:


O Brasil tem jeito. Todos juntos seremos capazes de consertar este país, e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos – com oportunidades para transformá-los em realidade.


Mais uma vez, renovo minha eterna gratidão ao povo brasileiro. Um grande abraço, e que Deus abençoe nossa jornada."

Caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam ao menos oito pontos em cinco rodovias pelo país

 

Manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro bloqueiam pelo menos oito pontos

 de rodovias federais contra a eleição de Lula como novo presidente. A pior situação

 é na BR-101, em Santa Catarina.

Na região, o motorista enfrenta problemas nos dois sentidos, tanto em direção a 

Porto Alegre, quanto no de Curitiba. Há bloqueios em Joinville, no km 24, em 

Palhoça, no km 216 e em Itajaí, no km 116. No sentido Porto Alegre, caminhoneiros

 também bloqueiam o km 5, em Garuva. Todos os municípios dentro do estado.

A Rodovia Presidente Dutra também tem paralisação por causa de caminhoneiros

 bolsonaristas. Na via, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, há interdição na altura

 de Barra Mansa, no km 281, em ambos os sentidos.

No estado de Goiás, são três pontos de paralisações. Em dois trechos na BR-060, 

km 101, em Anápolis e na BR-153, km 703, em Itumbiara. Todos os locais 

estão com pistas totalmente interditadas. Outro local é na BR-040, na cidade

 de Cristalina, no entorno do Distrito Federal.

Postado por Madalena França


Zé Martins e seu poder de transferência de voto

 Do Blog do Magno Martins

Postado por Madalena França


Em João Alfredo, município que fica localizado no Agreste Setentrional, o prefeito

 Zé Martins saiu gigante das eleições do segundo turno por ter conquistado, novamente, 

expressivas votações para os seus candidatos.

Se dependesse apenas do município, o resultado da eleição para governadora de 

Pernambuco teria sido bem diferente. Foram 12.193 votos para Marília Arraes e 

Sebastião Oliveira, uma larga vantagem de quase 7 mil votos de diferença. Foi 

também uma das maiores votações proporcionais para a candidata em Pernambuco 

– correspondendo a 69,06% dos votos válidos. Um número bem expressivo,

 tendo em vista que Raquel Lyra venceu a eleição com quase 1 milhão de 

votos de diferença.

Outro fator de destaque, é que muitos prefeitos da região sentiram dificuldade 

nessa transferência de votos. O prefeito fez com maestria e mostrou com votos

 que João Alfredo reconhece e aprova seu trabalho. Zé Martins também apoiou

 o presidente Lula, que obteve 14.346 votos – 80,02% dos votos válidos no município.

O prefeito comemorou a vitória de Lula e agradeceu os votos em Marília e Sebastião

 Oliveira, “Minha gratidão é enorme em ter esse reconhecimento nas urnas do

 nosso trabalho. Só nos encoraja ainda mais para seguirmos trabalhando por 

nossa querida cidade. Agradeço os votos em Marília, Sebá e Lula. Que o

 nosso presidente coloque esse país nos trilhos da paz e do desenvolvimento 

e que o Brasil volte a ser feliz de novo”, disse.

Zé Martins também parabenizou Raquel Lyra pela vitória, “Desejo que ela 

e sua vice Priscila Krause conduzam com sabedoria o nosso Estado ao

 caminho do desenvolvimento e da prosperidade. Pernambuco precisa 

e merece ser a potência do Nordeste novamente. Torço para que façam 

um bom trabalho”, afirmou.


LULA ELEITO: QUAL O BRASIL QUE LULA VAI HERDAR? CONFIRA EM 7 GRÁFICOS

 Vencemos a primeira grande batalha; porém não esperem milagres. Estudos comprovam que o Brasil vai mal. Lula vai concertar este país mas demanda tempo. Como diria Gil do Vigor; "O Brasil tá lascado"


Lula





CRÉDITO,EPA

Legenda da foto,

Lula venceu as eleições e será o novo presidente a partir de 2023

Como está o Brasil que Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente da República neste domingo (30/10), vai assumir em 2023?

O petista teve 50,85% dos votos ante 49,15% de seu adversário, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Neste segundo turno, os brasileiros também definiram 12 governadores.

A seguir, a BBC News Brasil mostra, a partir de 7 gráficos, dados que revelam a situação da economia, saúde, educação e segurança pública — e os desafios nessas áreas para o governo petista, que vai tomar posse em 2023

ECONOMIA

Após o Brasil registrar inflação, juros e desemprego em taxas que chegaram a dois dígitos, alguns indicadores da economia apresentaram melhora — projeção do Produto Interno Bruto (PIB), taxa de inflação e desemprego estão entre eles.

No entanto, o combo previsto para a virada de 2022 para 2023 ainda é de um crescimento inferior ao de países vizinhos, inflação acima da meta, e desafio na criação de postos de trabalho com carteira assinada.

Além disso, o próximo governo terá a missão de comandar decisões relevantes para os cofres públicos e para o dia a dia da população, como o futuro do Auxílio Brasil, turbinado às vésperas da eleição.

Crescimento econômico


Nos últimos meses, as expectativas do mercado financeiro para o PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços de um país) ao fim do ano aumentaram. A projeção, que em julho estava abaixo de 2%, agora está em 2,76%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central em 24 de outubro. Para 2023, a expectativa é de um crescimento de apenas 0,63%.

É parecido com a projeção do Banco Central, que aumentou, no fim de setembro, a estimativa de crescimento deste ano para 2,7%. Para 2023, no entanto, prevê uma desaceleração da economia na comparação com 2022, com o PIB crescendo 1%.

No entanto, veio dado negativo recentemente: o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a "prévia" do PIB, registrou retração de 1,13% em agosto, na comparação com julho. Esse foi o maior tombo mensal para o indicador desde março de 2021, quando foi registrada uma queda de 3,6%.

Mas como está o Brasil em relação a outros países?

A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) divulgou em agosto uma comparação entre as expectativas de crescimento para os países na região, que inclui uma expectativa de menos de 2% para o crescimento brasileiro neste ano. O comparativo mostra que o Brasil perde para países como Venezuela, Colômbia, Uruguai, Bolívia e Argentina.

gráfico PIB

Analistas apontam que a América Latina está, de certa forma, privilegiada em relação a países da Europa por ser afetada de forma menos direta pelos impactos da guerra na Ucrânia.

Inflação e juros

A inflação escalou de 2020 até o início de 2022, chegando em abril a mais de 12% na taxa acumulada em 12 meses. Essa foi a maior inflação para o período de um ano desde outubro de 2003.

Após esse pico, a inflação medida pelo IPCA começou a cair — e em agosto de 2022 baixou de dois dígitos pela primeira vez em um ano (8,73% em 12 meses).

gráfico IPCA

Em junho, o Banco Central admitiu oficialmente que a meta de inflação para 2022 será descumprida pelo segundo ano seguido, quando previa uma alta de preços de 8,8% para 2022. A meta central de inflação para este ano é de 3,5% e será oficialmente cumprida se ficar entre 2% e 5%.

Depois disso, em setembro, a instituição reduziu para 5,8% a estimativa para este ano. E disse que há 93% de chance de ficar acima da meta.

A revisão na estimativa da alta de preços feita pelo Banco Central veio depois do corte de tributos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica — além de reduções seguidas da Petrobras nos preços de combustíveis —, que impactam a inflação diretamente e também indiretamente, por meio dos preços de outros produtos.

Para 2023, não há previsão de melhora significativa no índice em relação à taxa prevista para 2022 — o Banco Central prevê um IPCA de 4,6% para o ano que vem. E a expectativa do mercado financeiro é um pouco acima disso: 4,94%, segundo o Boletim Focus divulgado em 24 de outubro.

Além de corroer o poder de compra dos trabalhadores, a alta de preços tem como outra consequência o aumento dos juros. É que, nesses casos, o Banco Central aumenta a taxa básica de juros, a Selic, para tentar controlar a alta acelerada dos preços.

Desde março de 2021, a taxa básica de juros foi elevada por 12 vezes consecutivas. No período, subiu 11,75 pontos percentuais — o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999. Em setembro, o Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. E manteve no mesmo nível na reunião de outubro.

Desemprego

A taxa de desemprego é outro indicador que teve alta recorde durante a pandemia e começou a cair recentemente — embora economistas apontem para o peso dos trabalhos sem carteira assinada nesse processo.

No primeiro trimestre de 2021, o IBGE registrou a maior taxa de desemprego da série histórica iniciada em 2012, de quase 15%, e também o maior contingente de desocupados: 14,8 milhões de pessoas.

gráfico desemprego

Depois desse pico, começou a cair e deixou a casa dos dois dígitos.

O dado mais recente divulgado pelo IBGE mostra que, no trimestre encerrado em setembro, a taxa de desemprego seguiu em queda e chegou a 8,7%. Foi a menor taxa desde o trimestre fechado em junho de 2015 (8,4%). O número de empregados sem carteira assinada no setor privado foi de 13,2 milhões de pessoas, o maior da série histórica, iniciada em 2012.

Cinco anos após a reforma trabalhista, a expectativa é que a criação de empregos formais será um desafio para a equipe do presidente eleito e para o Congresso Nacional.

Na proposta de governo de Lula, ele defende a criação de vagas de empregos e fala em revogar "marcos regressivos da atual legislação trabalhista, agravados pela última reforma e restabelecendo o acesso gratuito à justiça do trabalho".

Diz que "o novo governo irá propor, a partir de um amplo debate e negociação, uma nova legislação trabalhista de extensa proteção social a todas as formas de ocupação, de emprego e de relação de trabalho", com especial atenção "aos autônomos, aos que trabalham por conta própria, trabalhadores e trabalhadoras domésticas, teletrabalho e trabalhadores em home office, mediados por aplicativos e plataformas".

Na proposta de governo de Bolsonaro, ele falava em ações que visem combater o trabalho informal. "A estratégia de inclusão e combate à informalidade deverá contemplar alternativas contratuais inteligentes e que reconheçam a realidade desses trabalhadores nas regiões em que vivem, incluindo dos trabalhadores por aplicativos e trabalhadores rurais, dentre outros", diz o texto.

Também acrescentou que "é indispensável avançar na agenda de empregabilidade de jovens e mulheres".

POBREZA

Ao mesmo tempo em que é conhecido pela forte produção agrícola, o Brasil não tem conseguido alimentar sua população — e inclusive voltou ao Mapa da Fome, segundo a Organização das Nações Unidas.

A parcela de brasileiros que não teve dinheiro para alimentar a si ou a sua família em algum momento nos últimos 12 meses subiu de 30% em 2019 para 36% em 2021, atingindo recorde da série iniciada em 2006, segundo levantamento do FGV Social.

E o problema afeta especialmente as mulheres: o patamar de insegurança alimentar ficou relativamente estável entre os homens, mas subiu de 33% para 47% para elas.

gráfico mostra aumento da pobreza entre mulheres

Os pesquisadores apontaram que a diferença entre gêneros da insegurança alimentar em 2021 foi 6 vezes maior no Brasil do que na média global.

Vale lembrar que esses dados são referentes a um momento crítico da pandemia, que agravou problemas já existentes no país.

Dado deste ano, no entanto, aponta que, em 2022, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). A mesma pesquisa aponta que a fome tem não só gênero, mas cor: 65% dos lares comandados por pessoas pretas ou pardas convivem com restrição de alimentos.

E medidas de transferência de renda não ajudaram a reduzir o índice de pobreza?

Sim, mas poderiam ter efeitos melhores, disse à BBC News Brasil o economista Marcelo Neri, referência no tema e diretor do FGV Social. "O auxílio emergencial levou a pobreza ao menor nível da série histórica desde que elas são geradas no Brasil. Desigualdade menos, mas pobreza com certeza."

O problema é o que ele chamou, em estudo publicado pela FGV, de "montanha-russa da pobreza", no qual a equipe de Neri destaca a falta de estabilidade no nível de pobreza — e lembra que estabilidade é fundamental para o bem estar social.

"A pobreza caiu, depois aumentou e agora a gente não sabe exatamente quanto caiu — ainda não temos dado de 2022. Mas a gente sabe que ela poderia cair mais — os instrumentos não estão muito ajustados. Para a quantidade de recursos que a gente tem gasto, poderia cair mais", diz Neri.

A pobreza chegou a seu menor nível de todos os tempos em agosto de 2020, com uma taxa de 3,9%, após o início do pagamento do auxílio emergencial. No entanto, em março de 2021, quando houve interrupção do pagamento do benefício, a taxa chegou a 13,2%, recorde histórico da série iniciada em 2015.

Neri destaca, ainda, que uma análise prolongada dos dados de pobreza mostra que ela "sempre cai em ano de eleição" e que, até aqui, na maioria das vezes, voltou a subir após o ano eleitoral.

O economista, que foi ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que o auxílio criado recentemente tem a qualidade de ser "generoso" — em referência ao valor de R$ 600. Mas destaca que o desafio do próximo presidente, além de lidar com a "preocupante" instabilidade da pobreza, será o desenho do programa. Ele considera que o Bolsa Família não fazia "mais", mas fazia "melhor" do que o Auxílio Brasil.

Uma das críticas de especialistas ao desenho atual é que gera um cenário em que uma família de uma pessoa e outra de quatro integrantes podem receber valor igual ou semelhante, deixando famílias maiores com um valor mais baixo por pessoa.

A definição sobre o futuro da transferência de renda virá acompanhada pelo desafio de equilibrar as contas públicas, com discussões sobre a arrecadação de tributos e das prioridades nos gastos públicos.

EDUCAÇÃO

Passado o momento crítico da pandemia, a crise na educação continua e deixa muitos desafios urgentes, segundo especialistas.

Pesquisa realizada em agosto pelo Ipec para o Unicef mostra que 2 milhões de meninas e meninos de 11 a 19 anos que ainda não haviam terminado a educação básica deixaram a escola no Brasil.

O levantamento mostrou que 11% das crianças e adolescentes estão fora da escola no país. E o problema é quatro vezes maior nas classes D e E — em que esse percentual chega a 17% — do que nas classes A e B, com 4%.

E 21% dos entrevistados disseram que nos últimos três meses pensaram em desistir da escola.

imagem mostra cadeiras de escola vazias

Entre aqueles que não estão mais frequentando a escola, a justificativa mais citada (48%) para o abandono dos estudos foi "porque tinha de trabalhar fora". Não conseguir acompanhar as explicações ou atividades foi um motivo apontado por 30%. E 29% apontaram também que "a escola não tinha retomado atividades presenciais". A necessidade de cuidar de familiares foi mencionada por 28%, além de falta de transporte (18%), gravidez (14%), desafios por ter alguma deficiência (9%), racismo (6%), entre outros.

Mas o que que representa essa quantidade de jovens fora da escola?

Diz Priscila Cruz, presidente do movimento Todos Pela Educação: "Você imaginar uma criança ou jovem com escolaridade baixa — abaixo da conclusão do ensino médio —, isso vai significar para a vida dela: subemprego, dificuldade para se inserir economicamente e ter a sua dignidade mais básica garantida — como alimentação, habitação — e também gera outros efeitos, como gravidez precoce", diz Cruz. "Para o país, (efeito é) atividade econômica reduzida, maior concentração de renda, taxas de violência maiores, democracia fragilizada, cidadania fragilizada."

É por isso que ela chama a situação de "uma bomba social e econômica". "Como é uma bomba de explosão lenta e de várias explosões ao longo do tempo, a sociedade não percebe essa bomba estourando. São várias bombas estourando todos os dias", diz, citando crianças nas ruas e trabalho infantil.

Como um dos problemas urgentes, Cruz destaca a necessidade de investir em merenda escolar e infraestrutura das escolas.

"A gente passou por um período com escolas fechadas, se deteriorando, dinheiro da merenda sendo cortada, de aumento de crianças em famílias em situação de insegurança alimentar. Então, tudo isso faz com que a gente precise investir naquela agenda que é a dignidade — ter uma escola de pé e uma criança de pé", diz ela, que passou parte de 2021 e deste ano percorrendo escolas pelo país.

Outra tarefa do próximo presidente, segundo ela, é restabelecer a colaboração entre União, Estado e municípios — "espinha dorsal" da política da educação básica, tarefa dos três entes da federação.

"O primeiro ato do novo presidente da República, na minha opinião, deveria ser chamar os 27 governadores para uma mesa para estabelecer o federalismo na educação brasileira."

Além de recuperar as perdas dos últimos anos, Cruz diz que o governo também deve "colocar em prática uma agenda sistêmica de políticas educacionais baseadas em evidências e nas boas experiências brasileiras — a implementação do novo ensino médio, política de primeira infância, política de formação continuada de professores, além de ampliar a oferta de educação profissional e técnica nas áreas da economia do século 21."

SAÚDE

A pandemia escancarou e agravou diversas dificuldades do Brasil na área da saúde, além de destacar diferenças regionais.

A médica, professora da Unicamp e presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), Rosana Onocko Campos, define a atual situação do Brasil na saúde como "um colapso total e irrestrito de tudo o que a gente já teve funcionando um dia".

Para Campos, "desde 2016 (ano da proposta do teto de gastos), a gente vem ladeira abaixo" — um cenário que ela destaca que foi agravado pela pandemia. E complementa que houve "uma intencionalidade" do governo de "destruir questões do sistema que vinha funcionando", e cita "o desfinanciamento da atenção primária, passando pela destruição dos sistemas de informação, atraso na compra de vacinas e atentados contra a estabilidade dos trabalhadores da saúde em plena pandemia."

A professora diz que o Brasil precisará "trocar o pneu do carro com o carro andando", destacando a necessidade de ampliar o provimento de equipes de saúde da família e conseguir que as equipes possam, de fato, operar em relação a algumas prioridades.

O primeiro passo, para Campos, é "ter um comando da saúde no país" — em referência ao Ministério da Saúde.

Um dos diversos números que revelam desafios do próximo presidente na saúde é a redução da cobertura vacinal nos últimos anos. Ainda que os dados mais recentes sejam parciais, é possível ver que há uma queda de 2018 para cá na proporção da população imunizada.

gráfico vacina

Em agosto deste ano, a Fiocruz apontou que a cobertura vacinal no Brasil "está em índices alarmantes" e fez campanha em vídeo para alertar a população de que as vacinas têm a missão de proteger o corpo humano, ao ensinar o sistema imunológico a combater vírus e bactérias que desafiam a saúde pública — prevenindo adoecimentos e mortes.

Campos atribui a redução na cobertura vacinal não só a um negacionismo que afeta diversos países, mas diz acreditar que "a maioria da queda da vacinação se deve à falta de estímulo a campanhas educacionais que promovem a vacinação" e defende a necessidade de exigir vacinação para acessar benefícios sociais. Ela aponta, ainda, que uma melhora na atenção primária também ajudaria a garantir uma oferta mais efetiva de vacinas à população.

A queda na cobertura vacinal tem levado pesquisadores a alertarem para os riscos de retorno de doenças já erradicadas, como a poliomielite. O Brasil foi considerado livre dela em 1994, mas a Fiocruz destaca que a doença, também chamada de pólio ou paralisia infantil, "corre grande risco de ser reintroduzida no país".

SEGURANÇA PÚBLICA

Na segurança pública, a boa notícia é que houve queda na taxa de mortes violentas intencionais no Brasil.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o pico de violência letal ocorreu em 2017, quando o país registrou 30,9 mortes violentas intencionais (homicídios) para cada 100 mil habitantes. Depois, houve uma tendência de queda e, em 2021, a taxa foi de 22,3, uma redução de 6,5% em relação a 2020.

Dois pontos centrais explicam esse resultado, segundo David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública: políticas públicas estaduais (com algumas unidades da federação, segundo ele, investindo em trabalho e equipamento) e a dinâmica do crime organizado — em 2017, ele lembra que houve "desdobramentos de um conflito de larga escala entre o PCC e o Comando Vermelho pelo controle das rotas no Centro-Oeste".

Bolsonaro já atribuiu a redução de assassinatos à liberação de armas, mas especialistas disseram que mais armas representam maior risco à sociedade. Analistas atribuíram a tendência de diminuição de assassinatos no Brasil a fatores como profissionalização do mercado de drogas brasileiro, à criação no âmbito federal do Sistema Único de Segurança Pública, maior controle e influência dos governos sobre os criminosos, tréguas nos conflitos entre facções, e redução do número de jovens na população.

Mesmo essa melhora na taxa nacional, no entanto, não foi suficiente para colocar o Brasil em um bom patamar.

gráfico violencia

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que, na comparação internacional, "fica patente o quão distante estamos de qualquer referência civilizatória da humanidade e que, por trás da ideia de nação pacífica, vivemos uma profunda e covarde crise de indiferença e de embrutecimento das relações sociais cotidianas."

E qual deve ser o papel do governo federal para melhorar esse cenário? Segundo Marques, além de ter suas polícias — como a Polícia Federal — "o governo federal tem à sua disposição os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e cabe a ele, por meio desse instrumento de financiamento, fazer a coordenação e a indução da política pública".



  • Laís Alegretti
  • Da BBC News Brasil em Londres

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