Do g1/PE – Marília Arraes, candidata do Solidariedade ao governo de Pernambuco, participou, hoje, de sabatina no NE2. Na entrevista ao vivo, comandada pelo jornalista Márcio Bonfim, ela prometeu criar políticas de acolhimento para a população LGBTQIA+, investir em tecnologia no setor da segurança pública e investir R$ 1 bilhão num programa de combate à fome.
No primeiro turno das eleições, Marília Arraes recebeu 1.175.651 votos, ou 23,97% dos votos válidos. Ela disputa o segundo turno com Raquel Lyra (PSDB), que teve 1.009.556 votos, o equivalente a 20,58% dos votos válidos. Uma delas vai ser a primeira mulher da história de Pernambuco a ser eleita governadora.
Confira, abaixo, todos os trechos da entrevista de Marília Arraes ao NE2:
Segurança pública
O primeiro tema abordado foi a segurança pública, já que uma das propostas de Marília Arraes é de criar centrais de combate ao crime. Ela disse que vai integrar as polícias e criar mais de 400 núcleos de polícia de vizinhança, para aproximar a polícia das comunidades.
“Vamos ter 13 centrais de segurança espalhadas por todo o estado, onde vão atuar PM, Polícia Civil, Polícia Científica, e nesses locais vamos otimizar o combate aos crimes”, afirmou.
Ela disse, ainda, que vai investir em tecnologia para investigar crimes, além de valorizar as tropas e combater o crime organizado. “Hoje, temos as câmeras dos prédios que poderiam prestar um grande serviço na rapidez para se descobrir determinados crimes, para ver rostos de criminosos. E os municípios têm câmeras de monitoramento”, disse.
Saúde
Marília Arraes também pretende criar um prontuário eletrônico nas unidades de saúde pública. “Em um ano a gente consegue resolver esse problema, porque nosso investimento vai ser de levar internet, tecnologia a todas as unidades de saúde”, afirmou.
Ela disse que vai fazer parcerias com provedores de internet para conectar escolas e unidades de saúde públicas. Ela também disse que vai fomentar o atendimento de médicos pela internet para otimizar o atendimento em todo o estado. “A telemedicina foi algo que durante a pandemia se mostrou eficaz, principalmente em relação ao interior”, declarou.
Educação
A candidata também disse que vai fomentar a abertura de vagas em creches, e criticou investimentos isolados somente no ensino médio. “Vamos mandar um projeto para a Alepe para que a redistribuição do ICMS seja mais justa para os municípios atingirem metas e receberem recursos”, disse.
Habitação
Ela também propõe investir 1% da receita corrente líquida anual em habitação, o que equivale a R$ 350 milhões. Marília Arraes disse, no entanto, que vai investir mais que isso no setor. Ela criticou a gestão de Bolsonaro (PL) na presidência.
“A gente vai fazer parcerias com a Caixa, com o governo federal, com os municípios para habitação. […] É necessário uma política de estado, e nós vamos fazer, com as parcerias necessárias, com foco”, afirmou.
Sobre a quantidade de habitações a serem construídas, ela disse que tem, como meta, ao menos 40 mil casas construídas por ano. “O investimento em habitação não se resume a construção de casas, mas também de uma política de convivência com as áreas de morro”, disse, e prometeu concluir quatro barragens na Zona da Mata Sul para evitar enchentes.
Cultura
Marília Arraes também propõe simplificar o acesso ao Funcultura. Ela disse que vai ter um programa de primeiro acesso para pessoas que nunca acessaram recurso público para a cultura.
“Vamos ter um setor específico para auxiliar esses artistas a terem acesso ao recurso. O estado precisa dar essa mão para que o artista esteja em dia e depois o estado não diga ‘ah, não pagou porque o artista é desorganizado’”, disse, prometendo, ainda, implementar fomentos durante todo o ano.
A candidata também disse que o Tribunal de Contas também deve ser parceiro para orientar tecnicamente os artistas.
Agricultura familiar
A candidata também propõe fazer com que 50% da merenda escolar sejam adquiridos da agricultura familiar. “Fazendo isso, vamos respeitar os costumes locais. Os alunos do interior, acostumados a comer uma macaxeira, um cuscuz, vão ter acesso a essa mesma alimentação que ele está acostumado”, afirmou.
Ela também disse que o combate à fome e a miséria será o foco principal de atuação da gestão dela. “Vamos destinar R$ 1 bilhão para combater a fome em Pernambuco”, disse, afirmando que os recursos serão oriundos de multas.
Marília Arraes também disse que “não dá para dizer que tanto faz”, com relação ao presidente da República.
Déficit da Previdência
Sobre a regularização do déficit da Previdência em Pernambuco, Marília Arraes afirmou que pretende diminuir o custeio da máquina pública. “A SDS é um exemplo burocratizado, ultrapassado. No nosso governo, a segurança vai ter gestão direta da governadora”, afirmou, exemplificando o que chamou de inchaço da máquina pública.
“Cerca de 40% da segurança pública é gasta hoje, no governo Paulo Câmara (PSB), com a área meio, com a burocracia, e isso não pode acontecer”, disse.
LGBTQIA+
Sobre a população LGBTQIA+, Marília Arraes falou que vai fazer com que a diversidade seja respeitada em Pernambuco. “Tem gente que propaga o ódio à população LGBT e a gente vai acolher essas pessoas que precisam de acesso à saúde, de acesso à empregabilidade, de respeito. Aqui em Pernambuco serão respeitados pessoas LGBTQIA+, mulheres, negros, indígenas”, afirmou.
Ela disse, também, que vai ter conselhos para discutir políticas para essa população e punição às pessoas que praticam crimes.
Considerações finais
Nas considerações finais, Marília Arraes aproveitou para lembrar o número na urna. “Mais de 260 mil pessoas votaram 13 para governador. Meu número é 77, não esqueçam disso. Agora, em Pernambuco, a gente está com uma decisão. A gente quer mudar, mas mudar com o presidente Lula. A gente não quer mudar com o ‘tanto faz’, que, aliás, é a candidata de Bolsonaro disfarçada de ‘tanto faz’”, disse.
Postado por Madalena França
Sem comentários:
Enviar um comentário