Foi de lapada em lapada
Que a cidade se afundou
Por aqui a euforia
Em poucos dias se acabou
Chama, chama o chalapau
Que os 200 já acabou.
Estive passando na feira
Em um sábado abençoado
Não era nem 11 horas
Só vi bancos desarmados.
Perguntei cadê a feira
Só ouvi já terminou
Chama chama Chalapau
Que os 200 já acabou.
No posto falta remédio
Enfermeira também não tem
Nem mesmo o outubro rosa
Pintou a vida de alguém.
Pintaram de verde o 7
Mas demônio não tem cor
Foi uma voltinha no mercado
Os 200 já acabou
Valei-me Nossa Senhora
O que é que eu faço agora
Se a barriga já roncou.
Enquanto os burros estavam solto
O pasto verde alcançou
Depois que levaram a carga
E depositaram lá
Agora é ringir os dentes
Que a lapada é de lascar.
Nem criança, nem palhaço
Nem patati, patatá
E o 15 de outubro
Ninguém nem ouviu falar.
Estão procurando até hoje
O ó que nele se senta
Por aqui fico cantando
Senta, senta, que é de menta.
Quem tem amor por alguém
Maior do que tem por si
Merece a dor do chicote
E o pior tá por vir.
Neste ano foi 18
Próximo ano é 36
Que enquanto houver chalapal
A madeira entra de vez.
Com saudade da poesia
Voltei aqui pra rimar
Pra dizer que estou feliz
Só olhando o fumo entrar
No cachimbo das Marias
Que não sabe nem tragar.
Sou nordestina arretada
Matuta, cabra da peste
Se não quer levar lapada
Fica quieta, nem te mete!
Na cidade abandonada
Parece que a terra parou
Já tem gente arrependido
Que os 200 já acabou
Esta matuta ainda tem
Do suor que trabalhou
Fartura na sua mesa
Onde o pão nunca faltou
Sem se vender a ninguém
Sua vitória chegou.
Por Madalena França.
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