Apesar de se autopromover nas redes sociais, superestimando ações que apenas são obrigações inerentes ao seu cargo, leiam-se as convocações dos professores, analistas e assistentes aprovados no concurso da Secretaria da Educação e Esportes (SEE), o que se percebe, ao longo desse tempo, é um governo disposto a não dialogar com ninguém.
E, quando tenta, o resultado é um festival de aberrações, como o visto com os profissionais da saúde e educação do Estado. Na saúde, a governadora sequer deu atenção ao pedido feito pelo deputado Gilmar Júnior (PV) para comprar com urgência 16 aparelhos de ar-condicionado para as UTIs da maior emergência pública do Norte e Nordeste – o Hospital da Restauração. Como resposta, o parlamentar terminou fazendo uma vaquinha com os demais deputados para comprar quatro aparelhos de ar. Eles devem, por ora, resolver o problema da refrigeração da sauna que tinha se tornado as unidades de terapia intensiva adulta e infantil do HR por mais de um mês.
Ainda na saúde, outro fato marcante desses seis meses merece um capítulo à parte – a proposta apresentada para resolver o débito do Governo de Pernambuco com a rede conveniada do Sassepe, o plano de saúde dos servidores do Estado. O governo propôs pagar com deságio de 40% mais de R$280 milhões a dívida e o pior, parcelada em 24 vezes. Quem não gostasse, que procurasse a Justiça para receber.
A proposta, claro, foi rejeitada pela rede médica e retirada da mesa de negociação. Sem nenhuma outra apresentada, resta aos que ainda permanecem conveniados ao Sassepe, solicitar descredenciamento. Só na última quinta, cinco hospitais fizeram a solicitação de descredenciamento do sistema porque não têm mais como atender sem receber.
Já na educação, a maldade da governadora foi ainda pior. Ela passou por cima da mesa de negociação e enviou para a Assembleia Legislativa em regime de urgência um projeto de lei que deixa de fora mais de 52 mil profissionais da educação do reajuste de 14,95% referente ao pagamento do Piso Nacional do Magistério. Só após a Alepe passar a intermediar a discussão entre o sindicato da categoria e o Governo, no começo desta semana, o assunto voltou a ser discutido entre as partes, mas ainda sem nenhuma resolução da mesa de negociação.
Piso do Magistério – A presidente do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sintepe), Ivete Caetano, desmente o argumento do Governo que não há espaço no orçamento para aplicar o reajuste para toda a categoria. “Os recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção da Educação Básica) não pode ir para Saúde, nem para Segurança ou para lugar algum que não seja a educação, igualmente, ele pode e deve ser usado para o pagamento da folha dos servidores da educação”, argumenta.
Servidores sem negociação – O Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado de Pernambuco (Sindserpe) convocou a categoria a se mobilizar para cobrar uma resposta positiva do governo Raquel Lyra sobre a pauta de reivindicação entregue no início da nova gestão estadual. Até agora, nenhum indicativo de que o governo pretende atender a demanda e reajustar em 7,2% os vencimentos e demais verbas de natureza salarial dos servidores estaduais. O anúncio deveria ter sido feito na quinta-feira passada (1º), data-base oficial.
Postado por Madalena França
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