Lidiane Leita assumiu mandato depois de seu então namorado ter a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa
A prefeita da cidade de Bom Jardim, a 275 Km de distância de São Luís, no Maranhão, está foragida após denúncias de desvios de verbas da educação. Neste fim de semana, a Polícia Federal emitiu um alerta reiterando que aqueles que estiverem ajudando Lidiane Leite (PP), de 25 anos, serão tratados como criminosos. A prefeita é alvo da Operação Éden, da PF, iniciada na última quinta-feira. Outras duas pessoas já foram presas, incluindo seu ex-namorado.
“Pelo tempo que ela está desaparecida, é muito provável que ela esteja recebendo o auxílio de outras pessoas. Isso pode causar a essas pessoas que elas sejam incluídas na organização criminosa que se investiga. A população tem ajudado com outras informações, nós estamos montando esse quebra-cabeça, e esperamos ainda esta semana, conseguir a prisão dessa foragida”, afirmou o superintendente da PF no Maranhão, Alexandre Saraiva à Rede Mirante.
Entre os presos na Operação Éden estão o ex-secretário de Agricultura, Antônio Gomes da Silva, conhecido como "Antônio Cesarino" e o ex-secretário de Assuntos Políticos Beto Rocha, ex-namorado da prefeita Lidiane. Eles são investigados por contratos com "empresas-fantasmas".
Lidiane assumiu a prefeitura em 2012, aos 22 anos, depois de seu então namorado Beto Rocha ter a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa. Ela entrou em seu lugar na campanha e foi eleita. A prefeita passou a "ostentar" em redes sociais após assumir o cargo. "Eu compro é que eu quiser. Gasto sim com o que eu quero. Tô nem aí pra o que achem. Beijinho no ombro pros recalcados", publicou ela em certa ocasião. Em outra, comentou que precisava de um "carro mais luxuoso".
Segundo a PF, Lidiane teria transferido R$ 40 mil em parcelas de mil reais da conta da prefeitura de Bom Jardim para sua conta pessoal no prazo de um ano. O advogado da prefeitura, Danilo Mohana, também recebeu repasses, que somam mais de R$ 200 mil, em cerca de um ano.
Por enquanto, vereadores não podem entrar em votação para afastar Lidiane da Prefeitura devido a uma medida cautelar obtida pela prefeita na Justiça. Lidiane já foi afastada três vezes, mas sempre retornou ao cargo: Em abril de 2014 foi afastada por 30 dias, por improbidade administrativa e retornou em 72 horas; em dezembro do mesmo ano, o prazo aumentou para 180 dias, mas teve liminar suspensa pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) em 48 horas; Caso mais recente foi em maio deste ano, no qual a prefeita retornou ao cargo em 72 horas.
No esquema armado na prefeitura, houve duas licitações para reforma de 13 escolas, pelas quais a empresa Zabar Produções obteve R$ 1,3 milhão e a Ecolimp, R$ 1,8 milhão. Além disso, agricultores que deveriam receber verbas de R$ 18 mil por ano alegam que não foram pagos.
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